DR. Mário Henrique / Tratamentos
Gastro / Hepatologia
Lesões de fígado (tumores / neoplasias / câncer / metástase)
A biópsia hepática consiste em retirar um fragmento do fígado para análise anatomopatológica. Esse procedimento pode ser realizado de forma segura, através de uma agulha com o auxílio da ultrassonografia ou tomografia. Há duas indicações para este tipo de procedimento:
Investigação de doenças hepáticas difusas. Nesses casos, uma amostragem aleatória (randômica) do fígado é obtida para avaliação das células com a finalidade de avaliação histológica.
Investigação de nódulos hepáticos. Em muitas situações, nódulos hepáticos podem ser evidenciados em exames de imagem. A depender do perfil clínico do paciente, esses nódulos podem apresentar características de imagens que irão dar o diagnóstico final. Porém existem situações em que os exames de imagem não são conclusivos, nesses casos uma amostragem do nódulo é necessária para diferenciar se o nódulo é benigno ou maligno, relacionados a neoplasias (câncer).,
A alcoolização é o procedimento em que realizo a injeção de etanol (álcool) através de uma punção em nódulos hepáticos. O principal exemplo disso são os nódulos hepáticos de pacientes com cirrose, que apresentam características de hepatocarcinoma (um tipo de neoplasia do fígado). Quando esses nódulos apresentam tamanho menor que 2,0 cm, eles podem ser tratados dessa forma.
A ablação percutânea é uma cirurgia minimamente invasiva feita para tratar nódulos hepáticos malignos (neoplasias), sem necessariamente ter que realizar uma cirurgia aberta. O procedimento consiste em introduzir uma agulha específica no interior do nódulo, e esta agulha é ligada em aparelhos que podem gerar calor (queimar) ou frio (congelar) as estruturas ao redor. Dessa forma, as células malignas são destruídas, tratando os nódulos malignos. Esse procedimento é realizado com o auxílio de ultrassonografia e tomografia, para ter controle do local exato que deve ser tratado, além de poder avaliar se a área tratada está satisfatória, com margens de segurança para evitar recidivas. Além disso, o procedimento é realizado com equipe de anestesia, para dar maior conforto ao paciente. A recuperação geralmente é rápida, permanecendo um dia internado em observação.
A quimioembolização transarterial hepática é o tratamento realizado para tumores malignos primários do fígado (hepatocarcinoma), frequente em pacientes com cirrose. O tratamento tem por finalidade injetar medicação (quimioterapia) dentro do nódulo. Isso é feito pelo cateterismo das artérias do fígado (semelhante ao cateterismo do coração), com microguias e microcateteres, e de forma seletiva, a medicação é infundida dentro do nódulo. Após o tratamento são realizados exames de imagem para avaliação do local tratado.
Colangiografia transparietohepática, drenagem transparietohepática da via biliar, implante de stent biliar, colangioplastia.
As vias biliares são canalículos dentro do fígado que transportam a bile para a vesícula biliar e para o intestino. São ductos de calibre muito pequeno, quase não visíveis nos exames de imagem. Há situações em que ocorre a obstrução e esses ductos ficam dilatados. Além da alteração estrutural, o paciente apresenta acúmulo de bilirrubinas e enzimas hepáticas, e isso provoca dor abdominal e icterícia, e em situações mais graves, esse acúmulo de bile pode se tornar infectado (colangite) e levar a situações de maior gravidade. A obstrução pode ser pelo crescimento de algum tumor próximo ou por lesões após procedimentos cirúrgicos, como colecistectomia. Dependendo do local da obstrução, o tratamento pode ser feito por endoscopia ou por drenos inseridos através da pele (drenagem transparietohepática). A drenagem transparietohepática é feita após a identificação da via biliar dilatada, seguido de passagem de fios e posteriormente o dreno, com o intuito de aliviar o acúmulo de bile e reduzir a icterícia do paciente. Após a identificação da obstrução e realizado a drenagem, existem algumas alternativas para manter a obstrução aberta. Nesses casos, pode-se optar por dilatar o estreitamento com balão (colangioplastia) e até mesmo colocar um stent biliar.
Existem algumas situações de tumores hepáticos que crescem em apenas um lado do fígado e podem ser tratados com cirurgia. Porém, o fígado saudável que irá permanecer no paciente deve ter um tamanho mínimo para manter o funcionamento adequado. Quando o fígado que irá permanecer no paciente é muito pequeno, existe a possibilidade de estimular seu crescimento antes da cirurgia. Isso é feito através da embolização de ramos da veia porta. Esse procedimento é com uma punção no fígado, diretamente em algum ramo da veia porta no lado do fígado que será retirado na cirurgia, seguido de passagem de cateter e infusão de líquidos embolizantes ou molas para fechar os ramos portais e induzir uma hipertrofia do fígado que está saudável. Após 30-45 dias, um exame de imagem deve ser feito para avaliar se o crescimento foi adequado, e prosseguir com a ressecção de todo fígado que tem o tumor e foi embolizado.
É o procedimento feito para retirar líquido acumulado no abdome. O acúmulo de líquido pode ocorrer por vários motivos, dentre eles, em pacientes com cirrose, com neoplasias, com distúrbios das proteínas do sangue, dentre outros. Nesse procedimento, uma agulha é introduzida na parte inferior do abdome, e conectada a um circuito que irá aspirar o líquido acumulado. Esse líquido pode ser enviado para análise laboratorial.
A vesícula biliar pode ficar inflamada, na grande maioria das vezes por cálculos (pedras) que ficam impactadas e provocam um quadro chamado de colecistite. O tratamento padrão ouro é a retirada da vesícula pela cirurgia (colecistectomia). Porém, há situações em que a vesícula biliar fica inflamada e o paciente não tem condições cirúrgicas, isso ocorre com maior frequência em pacientes graves, na UTI/UCI. Nesses casos, o tratamento imediato é a drenagem dessa vesícula biliar inflamada (colecistostomia). Com isso, o paciente pode ter melhora do quadro clínico e ter condições de ser operado.
Transplante de fígado
O transplante hepático é um procedimento altamente complexo, que envolve a troca de um fígado doente por um fígado saudável. Essa cirúrgia de alta complexidade pode ter algumas complicações, que são inerentes do procedimento. Uma delas é a formação de coleções ao redor do fígado transplantado, de várias etiologias. Essas coleções podem ainda se infectarem e formar abscessos, com o risco de perder o transplante. Devido ao elevado grau de complexidade da cirurgia e condições do paciente, essas coleções podem ser tratadas pela introdução de drenos através da pele, guiados por algum método de imagem, que irão retirar o conteúdo das coleções. Após resolução do quadro, esses drenos são retirados.
No transplante hepático, são realizados três anastomoses vasculares, da artéria hepática, das veias hepáticas e da veia porta. Dependendo do calibre entre os vasos do doador e do receptor, essas anastomoses podem ficar muito estreitas (estenose) e reduzir o aporte de sangue para o fígado. Quando isso ocorre, existe a indicação de tratamento, feito através da introdução de balões que irão dilatar a estenose, aumentando o fluxo de sangue para o fígado.
A anastomose das vias biliares também podem sofrer o mesmo processo de estreitamento, levando ao acúmulo de bile e enzimas hepáticas. Nesses casos o tratamento da estenose deve ser feito, pois esse acúmulo de bile por muito tempo pode deixar o fígado disfuncionante. Dependendo do local da estenose, o tratamento pode ser feito por endoscopia ou por drenos inseridos através da pele (drenagem transparietohepática). A drenagem transparietohepática é feita após a identificação da via biliar dilatada, seguido de passagem de fios e posteriormente o dreno, com o intuito de aliviar o acúmulo de bile e reduzir a icterícia do paciente. Após a identificação da obstrução e realizado a drenagem, existem algumas alternativas para manter a obstrução aberta. Nesses casos, pode-se optar por dilatar o estreitamento com balão (colangioplastia) e até mesmo colocar um stent biliar.
É o procedimento feito para retirar líquido acumulado no abdome. O acúmulo de líquido pode ocorrer por vários motivos, dentre eles, em pacientes com cirrose, com neoplasias, com distúrbios das proteínas do sangue, dentre outros. Nesse procedimento, uma agulha é introduzida na parte inferior do abdome, e conectada a um circuito que irá aspirar o líquido acumulado. Esse líquido pode ser enviado para análise laboratorial.
Cirrose hepática
É o procedimento feito para retirar líquido acumulado no abdome. O acúmulo de líquido pode ocorrer por vários motivos, dentre eles, em pacientes com cirrose, com neoplasias, com distúrbios das proteínas do sangue, dentre outros. Nesse procedimento, uma agulha é introduzida na parte inferior do abdome, e conectada a um circuito que irá aspirar o líquido acumulado. Esse líquido pode ser enviado para análise laboratorial.
Esse procedimento consiste em realizar uma comunicação (shunt) entre uma veia hepática e uma veia porta. Isso é feito para reduzir a hipertensão portal. O paciente com cirrose desenvolve a hipertensão portal devido a alteração estrutural dentro do fígado, que aumenta a resistência na passagem do sangue proveniente do intestino. Com o aumento da resistência, há algumas consequências, como o aumento do calibre da veia porta e a formação de vasos de grande calibre ao redor do estômago, que leva a sangramentos digestivos (hemorragia digestiva alta) e acúmulo de líquido no abdome (ascite). O tratamento com TIPS é indicado principalmente nos casos de sangramento digestivo que não tem controle com o tratamento pela endoscopia, ou nos casos de acúmulos frequentes de líquido no abdome, mesmo com otimização do tratamento clínico.
As varizes gástricas surgem como consequência da cirrose. É uma forma que o organismo faz para desviar o sangue do fígado em direção ao coração por outro caminho. Nesse caso, veias ao redor do estômago ficam de calibre dilatado e tendem a provocar sangramentos, levando aos quadros de hemorragia digestiva alta (HDA), em que o paciente tem vômitos com sangue, ou o sangue sai nas fezes na forma de melena. A primeira opção de tratamento para esse tipo de sangramento é através de endoscopia, porém alguns casos são recorrentes e a endoscopia não é suficiente para manter sem sangramento gástrico. Nesses casos pode-se optar pela embolização das varizes e/ou realização de TIPS.
A cirrose é o estágio final da doença hepática crônica. Nesse estágio, o fígado desenvolve múltiplos nódulos de regeneração, que tendem a seguir uma linha de evolução, passando para nódulos displásicos e por fim nódulos de hepatocarcinoma, que são nódulos malignos. Esses nódulos podem ser tratados de diversas formas, dependendo do número e tamanho, seguindo uma classificação internacional, chamada BCLC (Barcelona Clinic Liver Cancer). Basicamente, eles podem ser tratados com alcoolização, ablação, cirurgia, quimioembolização, radioembolização e quimioterapia oral.
Hemorragias digestivas
A embolização nos casos de hemorragias digestivas é uma modalidade de tratamento que visa o fechamento de artérias em áreas que apresentam sangramento ativo, e que não tem controle no tratamento pela endoscopia/colonoscopia. O tratamento é feito através de um cateterismo (semelhante ao cateterismo do coração) até o local de sangramento, com microcateteres e microguias, identificado o local de sangramento, e feito a embolização, com materiais líquidos (cola), partículas ou micromolas. Com esse tratamento ocorre o fechamento da artéria responsável pelo sangramento, levando a resolução da hemorragia.
Outros procedimentos
Os aneurismas viscerais são dilatações que ocorrem na parede de artérias que irrigam os diversos órgãos do abdome, como fígado, baço e rim. Esses aneurismas podem aumentar de tamanho e causar hemorragias intra-abdominais. Os fatores de risco para o sangramento são: dilatação em valores limítrofes (geralmente 2,0 cm), mulher em idade reprodutiva, aneurisma com dor abdominal. Nesses casos e quando houve o rompimento do aneurisma, há a indicação de tratamento endovascular, para fechar a origem do aneurisma. O tratamento é feito com o cateterismo seletivo da artéria acometida e o material utilizado vai depender da localização do aneurisma.
A embolização esplênica é o tratamento feito para os casos onde há aumento do tamanho do baço (esplenomegalia) associado a queda do número de plaquetas (plaquetopenia). Esses casos aumentam os riscos de sangramento espontâneo. O tratamento é feito com o cateterismo seletivo da artéria do baço, seguido de embolização com micropartículas.
A gastrostomia é o procedimento realizado para manter a infusão de alimentos diretamente no estômago, em pacientes que apresentam algum distúrbio de deglutição que impossibilita a alimentação via oral, ou em casos em que há tumores determinando obstrução alta, que também impossibilita a alimentação. Esse procedimento é feito através da aplicação de agulhas na pele até a parede do estômago, fazendo fixação (pexia), seguido de passagem da cânula de gastrostomia. O procedimento é realizado guiado pela tomografia e escopia.
O Dr Mário é médico formado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), com residência médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem pelo Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP-SP.
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