Tricologia

A Tricologia é uma subespecialidade da dermatologia, voltada para o estudo, diagnóstico e tratamento das doenças e cuidados que envolvem o couro cabeludo, cabelos e pelos corporais.

Para a consulta e diagnóstico adequados, o tricologista realiza um exame específico das áreas afetadas: a Tricoscopia. Esse exame é realizado através do dermatoscópio, um dispositivo com uma lente de aumento de até 10 vezes, que possibilita a visualização em detalhes dos fios e das alterações do couro cabeludo, aumentando a acurácia diagnóstica.

Além do exame específico voltado para a queixa do paciente, a consulta tricológica envolve o exame físico completo, visto que algumas alterações do cabelo estão associadas a alterações da pele das outras regiões do corpo.

Tricoscopia é o exame realizado durante a consulta tricológica através do uso do dermatoscópio, dispositivo que funciona como uma lupa com aumento de, no mínimo, 10 vezes.

Quando o acoplamos à câmera do celular, conseguimos um aumento ainda maior. Esse exame trouxe muitos benefícios à prática clínica, aumentando a precisão diagnóstica das doenças do cabelo e do couro cabeludo.

A calvície (também chamada de alopecia androgenética) é uma doença do couro cabeludo de origem genética.

Pacientes com predisposição familiar para esse tipo de alopecia, apresentam folículos (estruturas que produzem os fios) sensíveis ao hormônio masculino testosterona, que leva ao afinamento e queda progressivos dos fios.

Dessa forma, essa condição é mais comum nos homens, mas também pode ocorrer nas mulheres. Nessa condição, temos a diminuição do volume do cabelo e o aumento da visualização do couro cabeludo seguindo um padrão específico.

Nas mulheres, essa alteração é percebida inicialmente com aumento da espessura da risca divisória do cabelo, e diminuição da espessura do rabo de cavalo, que fica cada vez mais evidente com a progressão da doença.

Os homens podem apresentar a rarefação da região temporal, as famosas entradas, e também falha na região da coroa. Na ausência de tratamento a doença continua progredindo, e por ser um distúrbio de caráter genético, não há cura.

O seguimento com o tricologista é importante para avaliar o grau e a forma de apresentação dessa calvície, e os melhores tratamentos indicados de maneira individualizada para cada caso para evitar a progressão da doença e melhorar o volume dos fios.

O eflúvio telógeno é caracterizado pelo aumento importante da queda de cabelo, ele ocorre por alterações do ciclo capilar.

O folículo piloso, estrutura responsável pela produção do fio de cabelo, cresce e se desenvolve por meio de um ciclo específico. Esse ciclo apresenta três fases principais: 

– Fase anágena – fase de crescimento do fio, com duração variável de 2 a 6 anos, determinada geneticamente;

– Fase catágena – fase de transição, com duração de 2 semanas;

– Fase telógena – fase de queda, que dura 3 meses.

Os folículos pilosos do couro cabeludo não estão sincronizados durante a modificação do ciclo capilar, senão, toda vez que os nossos fios saíssem da fase anágena para telógena ficaríamos carecas.

Dessa forma, nossos folículos estão em diferentes fases durante o mesmo período de tempo, com 85 a 90% nas fases anágena e catágena e 10 a 15% dos folículos na fase telógena.

A presença de 10 a 15% dos folículos na fase telógena, representam a nossa queda diária considerada normal, representada por 60 a 100 fios por dia. Alguns distúrbios de saúde alteram as fases do ciclo capilar, aumenta ndo a porcentagem de fios telógenos para 20 a 35%, resultando em aumento da quantidade de fios que caem por dia, condição que denominamos Eflúvio Telógeno.

Alguns fatores estressantes são largamente conhecidos por originarem o eflúvio telógeno, como período pós-parto, alterações hormonais, distúrbios nutricionais, grandes cirurgias, perda de peso, início de algumas medicações, estresse emocional de grande impacto (como perda de emprego, separações, falecimento de familiares).

Devido à duração do período telógeno, o fator desencadeante do eflúvio geralmente ocorre 3 meses antes do início da queda. A consulta tricológica é muito importante para identificar a causa do aumento da queda, e a resolução das alterações encontradas para melhora do quadro.

A alopecia areata é uma doença de origem genética e autoimune (quando as células de defesa do corpo atacam o folículo piloso, estrutura que produz o cabelo).

Nesses pacientes, pode haver perda dos fios do couro cabeludo, cílios, sobrancelhas e pelos corporais. Quando acomete o couro cabeludo, pode originar áreas redondas bem definidas de falha, até queda total dos fios.

A maioria dos casos resolve espontaneamente, no entanto, alguns casos podem persistir apesar do tratamento adequado. Homens e mulheres de todas as idades podem ser afetados, é muito comum em crianças.

Existe uma gama de tratamentos possíveis para a alopecia areata a depender do paciente e da extensão do quadro. Devido ao caráter recorrente dessa doença (períodos de melhora e piora), o seguimento contínuo com o tricologista é necessário para a escolha da melhor abordagem terapêutica para cada caso.

A Alopecia Frontal Fibrosante foi descrita pela primeira vez em 1994, e desde então, se tornou cada vez mais frequente na prática tricológica. A causa ainda não é conhecida.

Essa doença afeta principalmente mulheres pós-menopausadas, mas também acomete mulheres jovens, ela pode iniciar por queda da sobrancelha até anos antes da queda dos fios do couro cabeludo.

Nesses casos iniciais, as pacientes não valorizam a queda da sobrancelha, e muitas vezes não procuram atendimento, atrasando o diagnóstico da doença. Assim, a alopecia progride, afetando os fios da linha de implantação do couro cabeludo na região da fronte, percebido inicialmente pelo aumento do tamanho da testa.

O surgimento nos homens é mais raro e muitas vezes confundido com calvície, uma pista para o diagnóstico é a perda das costeletas. Esse quadro pode estar associado a dor, ardência e coceira nos locais afetados.

Essa alopecia é do tipo cicatricial, na qual há destruição dos folículos pilosos com formação de cicatrizes, sem possibilidade de repilação das áreas afetadas.

O diagnóstico deve ser feito de maneira precoce com introdução rápida do tratamento para impedir a progressão da doença.

Procedimento através do qual coletamos um fragmento de pele contendo o folículo piloso (estrutura que produz o cabelo) para análise em laboratório através do exame anatomopatológico realizado com o auxílio de um microscópio.

A biópsia é feita sob anestesia local, sem desconforto ao paciente. O paciente deve retornar à clínica em 10 dias para retirada dos pontos, checar o resultado da biópsia e dar continuidade ao tratamento.

Não é necessário afastamento das atividades diárias para a realização desse procedimento.

O MMP® (Microinfusão de Medicamentos na Pele) capilar é um procedimento realizado para injeção de medicações no couro cabeludo.

Esse tratamento permite a ação da medicação diretamente no folículo piloso (estrutura que produz o cabelo), otimizando a ação e a resposta ao tratamento com esses medicamentos.

As sessões são realizadas com intervalo mensal inicialmente, e a cada 3 meses durante o tratamento de manutenção.

O couro cabeludo fica discretamente vermelho por 2 dias, e os fios ficam molhados logo após o término da sessão. Não é necessário afastamento das atividades diárias para a realização desse procedimento.

O transplante capilar consiste no tratamento cirúrgico da calvície e outras doenças que resultam em cicatrizes do couro cabeludo.

Nesse procedimento cirúrgico, removemos os fios da região doadora do couro cabeludo (geralmente a região de trás da cabeça) para implantação na área receptora (áreas com falhas). Dessa forma temos a cobertura estética dessa região, promovendo o rejuvenescimento desse paciente.

As técnicas para transplante estão muito avançadas hoje em dia, com resultados muito satisfatórios e naturais.

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